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Uma facção que surgiu há duas décadas dentro dos presídios do Rio já conta com uma legião de 18 mil detentos, 42% dos presos no Estado do Rio. Especializados em aplicar os golpes do falso sequestro, eles dizem fazer parte da facção Povo de Israel (PVI) e já superam, em número de integrantes, o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, de acordo com relatórios de inteligência da Secretaria estadual de Administração Penitenciária.
Um relatório de inteligência da Seap afirma que a organização criminosa tem intensificado o processo de cooptação de presos, inclusive de outros estados, além de estar ampliando seus negócios. Eles começaram a investir o dinheiro das extorsões na compra e no envio de grandes remessas de drogas para vários presídios do Rio. Hoje eles tem “representantes” em 13 unidades do sistema, denominadas “aldeias”.
Segundo o relatório, as “13 aldeias”, como são chamadas, estão em franca expansão. Até o fim de 2022, o tráfico feito pelo Povo de Israel era restrito a pequenas quantidades dentro do sistema carcerário. Porém, desde o ano passado, grupo firmou acordos com grandes fornecedores e deu uma dimensão maior ao negócio. Em setembro de 2023, por exemplo, a Seap apreendeu uma carga avaliada em R$ 1,5 milhão no Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, controlado pelo PVI.
Em nota, a Seap disse que, nos últimos anos, intensificou as ações para combater as atividades ilícitas promovidas pelo grupo criminoso – presente em unidades de presos de perfil tido como neutro. O , trabalho resultou no levantamento encaminhado para a DAS, que deu origem à investigação em curso.
A Secretaria acrescentou ainda que, entre os servidores citados, dois deles já respondem a processos administrativos disciplinares (PAD), e um deles se encontra preso. Sobre o episódio envolvendo uma tentativa de ingressar no Presidio Nelson Hungria com celulares dentro de uma quentinha, foi verificado que a ação partiu exclusivamente dos servidores envolvidos, tendo sido descartada a participação da empresa fornecedora de alimentação para a unidade prisional
Veja a lista dos presídios onde atuam:
A droga estava escondida em embalagens de quentinhas. Além dos entorpecentes, foram encontrados 71 celulares, além de carregadores e fones de ouvido. Esses aparelhos são fundamentais para a aplicação dos golpes. Entre 2023 e 2024, agentes penitenciários apreenderam 5.832 celulares nas unidades sob influência do PVI, uma média de oito por dia.
- Presídio Nelson Hungria
- Cadeia Pública Inspetor José Antônio da Costa Barros
- Instituto Penal Benjamim Moraes Filho
- Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho
- Presídio Evaristo de Moraes
- Penitenciária Milton Dias Moreira
- Cadeia Pública Cotrim Neto
- Presídio Romeiro Neto
- Cadeia Pública Juíza de Direito Patrícia Lourival Acioli
- Penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte
- Penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte
- Presídio Tiago Teles de Castro Domingues
- Instituto Penal Edgard Costa
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