20 C
Rio de Janeiro
segunda-feira, maio 12, 2025
- Publicidade -

Depressão pós-parto: como identificar?

A depressão pós-parto pode ter impactos profundos na vida da mãe, afetando tanto sua saúde mental quanto física, mas também sua interação com o bebê e outras pessoas ao seu redor. A depressão pós-parto atinge aproximadamente 25% das mães brasileiras, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A depressão pós-parto é uma condição que pode surgir devido a uma combinação de fatores físicos, emocionais e sociais. Após o nascimento do bebê, as mudanças hormonais são significativas; os níveis de estrogênio e progesterona caem drasticamente, o que pode interferir no equilíbrio químico do cérebro e causar alterações de humor.

Publicidade

O parto e a adaptação à rotina de cuidar de um recém-nascido são experiências exaustivas, tanto física quanto emocionalmente, e essas situações podem contribuir para a sensação de sobrecarga. Nos primeiros meses após o parto, interrupções no padrão de sono, comuns nessa fase, ampliam os sentimentos de tristeza e irritabilidade.

“A mãe pode experimentar dificuldades para realizar tarefas diárias, sentir cansaço extremo, dificuldades de se conectar com o bebê, perder o interesse em atividades que antes traziam prazer, e enfrentar problemas para dormir, mesmo quando o bebê está descansando. Isso pode prejudicar diretamente sua qualidade de vida e agravar ainda mais seu estado emocional”, explica a psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Natália Reis Morandi.

Publicidade

Segundo a especialista, o histórico de saúde mental também desempenha um papel importante, já que mulheres com antecedentes de depressão ou ansiedade estão mais propensas a desenvolver a condição. Ainda, pressões sociais e familiares, como expectativas irrealistas sobre a maternidade e a falta de apoio físico ou emocional, podem aumentar a vulnerabilidade da mãe.

“Os impactos não se limitam ao aspecto emocional; podem se refletir em relacionamentos, sejam eles familiares ou sociais, gerando uma sensação de isolamento. Por isso, é crucial que mães com sintomas de depressão pós-parto recebam apoio imediato, seja de amigos e familiares ou, idealmente, de profissionais de saúde especializados”, reforça Morandi.

Publicidade

Qual o papel do pai nesse cenário?

Garantir uma rede de cuidado eficaz para mães com depressão pós-parto exige uma abordagem integrada e humanizada. Estar atento a sintomas como irritabilidade, alterações de humor, sensação de sobrecarga e isolamento pode fazer a diferença.

“Estimular um ambiente de acolhimento e diálogo dentro da família e com amigos é essencial. Essa rede informal de apoio pode ajudar as mães a se sentirem ouvidas e compreendidas, reduzindo o impacto do isolamento. Além disso, o papel do pai nessa fase pode ser determinante para o bem-estar da mãe, especialmente se ela estiver enfrentando a depressão pós-parto”, comenta a psicóloga. 

Morandi separou algumas dicas práticas para os pais colaborarem de forma efetiva com as mães que vivenciam isso:

  1. Informe-se sobre a depressão pós-parto

Compreender os sintomas e os impactos dessa condição é o primeiro passo para oferecer apoio. Irritabilidade, mudanças de humor, sensação de sobrecarga e isolamento são sinais que merecem atenção. Busque informações confiáveis, como aquelas oferecidas por instituições de saúde, para se preparar melhor.

  1. Esteja presente de maneira ativa

Ser um pai presente vai muito além de estar fisicamente no ambiente. Ofereça ajuda prática nas tarefas diárias, como cuidar do bebê, organizar a casa ou gerenciar compromissos. Isso permite que a mãe tenha tempo para descansar ou buscar cuidados especializados, se necessário.

  1. Promova um ambiente acolhedor

Converse de forma aberta e sem julgamentos. Ouça o que ela tem a dizer, mesmo que seja difícil verbalizar os sentimentos. Criar um espaço onde ela se sinta compreendida pode ajudar a reduzir o impacto do isolamento e a fortalecer sua confiança.

  1. Estimule o apoio profissional

Essa condição pode exigir acompanhamento médico ou terapêutico. Incentive-a a procurar ajuda especializada sem pressioná-la, e, se possível, ofereça-se para marcar consultas ou acompanhá-la, mostrando que ela não está sozinha.

  1. Cuide também de você

Para ajudar a mãe, é essencial que o pai esteja bem física e emocionalmente. Procure controlar o estresse, busque sua própria rede de apoio e não hesite em conversar com outros familiares ou profissionais de saúde sobre suas dificuldades.

“O cuidado humanizado começa em casa, e pequenas ações, feitas com atenção e carinho, podem transformar esse período desafiador em um momento de fortalecimento familiar. Não se esqueça que construir essa rede de suporte é um caminho a ser trilhado juntos, com respeito e paciência”, finaliza ela.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade em neurologia, cardiologia e cirurgia robótica. As Unidades possuem Centro de Oncologia e de Hematologia habilitada para realizar o Transplantes de Medula Óssea.

É a primeira Rede de Hospitais fora do Canadá a obter a Certificação em nível Diamante da Qmentum Internacional. Além do Selo Amigo do Idoso, a Rede tem os serviços laboratoriais certificados pela PALC e ainda a Certificação Internacional da ABHH nos serviços de Hematologia e Transplante de Medula Óssea.

As Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga prestam atendimentos privados que subsidiam as atividades de várias unidades administradas pela São Camilo no país e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com centros de educação, colégios e centros universitários.

Veja mais conteúdo:

Tags:

Mais lidos: